Atenção, spoiler! Assista a série antes de ler este texto.
Merlí é uma série exibida no Brasil pela Netflix. Criada e escrita por Héctor Lozano e dirigida por Eduard Cortés, estreou em 2015 em um canal de televisão da Catalunha (TV3). No total, a série teve 40 episódios, divididos em três temporadas.
O protagonista da série é Merlí Bergeron, um professor de Filosofia de uma escola pública do ensino médio em Barcelona. Enquanto discorre sobre a teoria em sala de aula, dilemas éticos e existenciais tanto da sua vida privada quanto de seus alunos desafiam a aplicação prática dos ensinamentos.
Carismático, Merlí, conquista a admiração de seus alunos, mas tem dificuldade de adaptação à cultura organizacional da escola, questionando regras e figuras de autoridade. Além disso, o professor apresenta traços de cinismo, aqui entendido como atitude que revela descaso pelas convenções sociais e pela moral vigente; falta de pudor, desfaçatez, descaramento.
Por exemplo, Merlí rouba uma prova de um professor e permite que um de seus alunos assuma a culpa e seja responsabilizado pelo ato. Sedutor, se envolve com colegas e com mães de seus alunos. Falta com a verdade com muita frequência, distorcendo os fatos a seu favor. Questionador, indaga sobre a legitimidade das boas intenções e incita o boicote a uma campanha de coleta de alimentos para os necessitados.
Patricia Kaminsky e Richard Katz, criadores das Essências Florais da Califórnia, destacam que a criança que foi privada da sensação básica de segurança e proteção, crescerá com a convicção íntima de que o mundo é um lugar inseguro para viver. Muitas vezes, essa privação é decorrente de relações abusivas ou da ausência paterna. Dessa forma, a pessoa tende a desenvolver uma couraça protetora, feita de atitudes defensivas ou cinismo intelectual. Além disso, pode se tornar descrente na sua relação com as outras pessoas e com o mundo, compensando o sentimento de desamparo com atitudes de revolta.
Muito pouco foi revelado sobre o pai de Merlí, que já estava morto no transcorrer da narrativa. No entanto, a falta de referências pode ser um indicativo de uma figura paterna ausente. Este padrão seria repetido por Merlí, pai de um adolescente que se queixa da sua ausência e imprevisibilidade.
A ausência paterna pode incitar o cinismo e a descrença na relação com o mundo, uma vez que a criança interior foi privada de proteção e encorajamento. Esse desamparo emocional, geralmente é compensado por atitudes de rebeldia contra as normas vigentes e figuras de autoridade, além de um aparente descaso por vínculos afetivos sólidos.
A dor da vulnerabilidade é encoberta com um falso “endurecimento” da personalidade, representado por distanciamento emocional, desconfiança, cinismo ou alienação espiritual.
Ao final da série, revela-se que Merlí se encontrava vulnerável, mas não compartilhou a sua dor. Em uma conversa com a mãe, confessa estar gravemente doente, mas ao se confrontar com o sofrimento dela, nega o fato, alegando tratar-se de uma brincadeira. A mãe, uma atriz consagrada, retribui o gracejo, fazendo-o momentaneamente sofrer com a falsa confissão de que ele não é seu filho natural, que foi fruto de um relacionamento do seu pai com outra mulher.
O desconforto de Merlí diante da possibilidade de ter sido gerado por uma desconhecida demonstra o seu desamparo diante da ausência das figuras parentais.
Com a ajuda das essências florais, é possível reconstruir a matriz emocional, curando as feridas da criança interior. A essência floral da Califórnia, Baby Blue Eyes, tem como efeito restaurar a inocência original da alma, reconstituindo a confiança na bondade humana e a percepção de acolhimento e segurança.
O processo de cura promove uma nova disposição, desarmando os comportamentos de defesa. A pessoa se torna mais receptiva, positiva e aberta em suas expressões e ações, pois passa a sentir mais segurança e confiança no mundo.
Para saber mais:
https://www.essenciasflorais.com.br/produtos/baby-blue-eyes/
https://www.netflix.com/br/title/80134797