Por que o autoconhecimento é importante?

Nós, seres humanos, nos diferenciamos das demais espécies do reino animal pela racionalidade. Em linhas gerais, o nosso cérebro possui massa encefálica maior do que os demais, bem como estruturas que possibilitam o processamento racional, além das emoções. As demais espécies, ou não desenvolveram essa capacidade ainda, ou a possuem de forma rudimentar.

Então, de certa forma, nós fomos contemplados pelo processo evolutivo com a capacidade do raciocínio e todas as suas derivações, as quais cotidianamente consideramos como nosso pensamento. Esse pensar é tão predominante em nossa espécie que até dizemos: “penso logo existo”. A nossa existência é reconhecida pelo pensar.

O produto do pensar é o conhecimento, independente se verdadeiro ou não. Assim, o pensar gera conhecimento, que, por sua vez, confirma a nossa existência no mundo. No entanto, o autoconhecimento é intangível, no sentido de nem sempre passível de compartilhar com o outro. É subjetivo, um conhecimento que somente nosso olhar vê e ninguém mais.

Autoconhecimento seria o que eu penso a meu respeito?

Não apenas o que você pensa, mas também o que você desconhece sobre si. Segundo a psicologia, grande parte do processo terapêutico consiste justamente em entrar em contato com conteúdos inconscientes para integrá-los à consciência. E nesse caso, não se trata apenas do seu passado pessoal, mas também do passado ancestral da humanidade. Sim, os medos do homem da caverna podem estar vivos no seu inconsciente, bem como os deuses das antigas religiões ainda clamam por reverência, aparecendo em sonhos e revelações. É o inconsciente coletivo, teoria formulada por C. G. Jung.

Uma pesquisa recente revelou que em 43% do tempo desperto, fazemos algo automaticamente, enquanto pensamos em outra coisa. Atuamos como robôs em rotinas de hábitos repetitivos, sem estar presente no agora, enquanto a mente vagueia por outros lugares.

Com tantas coisas que desconheço sobre mim, tanto pessoal como coletivamente, além de passar quase a metade do tempo vivendo como um robô, parece que o autoconhecimento não é uma prática constante da humanidade.

Não é mesmo, mas deveria ser. Se o que nos distingue é justamente a capacidade racional, que inclusive nos confere a percepção de individualidade, pensar sobre si com o objetivo de autoconhecimento deveria ser a nossa prioridade para evolução da espécie. Nesse caso, o pensar sobre si, difere de uma exaltação narcísica, como uma adoração do eu. É um mergulhar em si para encontrar o mundo, assim como na máxima do templo de Delfos, na Grécia Antiga: “conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.”

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