Todos aqueles que são pais já se depararam com uma situação em que orientavam seus filhos para o bem deles, mas a criança reagia com birra e contrariedade. A criança, justamente pela sua inocência, não pode compreender o que é melhor para sua segurança e bem-estar. Então, para um observador externo e para a própria criança existe sim um conflito, e até mesmo, uma batalha sendo travada.
Nessas ocasiões, os pais amorosos são capazes de acolher a frustração infantil e conduzir o seu rebento para o bom caminho. Assim também, age o Eu Superior com o Ego. No entanto, cabe ressaltar que o Eu Superior não é comparável a um professor exigente ou a um adulto repressor da espontaneidade natural da criança.
O Eu Superior é a parte de nós que está em contato com a divindade e, justamente por ter acesso à Sabedoria Divina, encontra-se em um estágio de maior maturidade espiritual que o Ego. Além disso, a sua natureza é o Amor em estado puro. Dessa forma, acolhe o Ego com suas dores e fraquezas, mas zelando pelo seu bem maior.
Às vezes esse bem maior pode assustar o Ego, que ainda não se recordou da sua essência imortal, pelo fato de identificar-se com o corpo e o plano material. Por isso, em algumas situações, o Ego pode temer seguir as orientações do Eu Superior. O corpo foi programado com o instinto de sobrevivência, então, o medo é natural. Além disso, uma vez que a identificação com a matéria seja predominante, o Ego não está consciente da imortalidade da Alma.
O temor de seguir as orientações do Eu Superior é compreensível, mas deve ser superado. Não somos só matéria. Somos viajantes imortais habitando provisoriamente um corpo. Essa batalha, então, é ilusória, trata-se apenas de um processo pedagógico do Eu Superior para que o Ego compreenda sua imortalidade e não tema a superação da matéria.